terça-feira, 2 de junho de 2015

Morning at the Window, seis traduções

Morning at the Window

They are rattling breakfast plates in basement kitchens,
And along the trampled edges of the street
I am aware of the damp souls of housemaids
Sprouting despondently at area gates.

The brown waves of fog toss up to me
Twisted faces from the bottom of the street,
And tear from a passer-by with muddy skirts
An aimless smile that hovers in the air
And vanishes along the level of the roofs.


Manhã à Janela

Há um tinir de louças de café
Nas cozinhas que os porões abrigam,
E ao longo das bordas pisoteadas da rua
Penso nas almas úmidas das domésticas
Brotando melancólicas nos portões das áreas de serviço.

As ondas castanhas da neblina me arremessam
Retorcidas faces do fundo da rua,
E arrancam de uma passante com saias enlameadas
Um sorriso sem destino que no ar vacila
E se dissipa rente ao nível dos telhados.
(Ivan Junqueira)

Uma manhã à janela

Eles rangem a louça do café na despensa
Dos porões
E pelos limites pisoteados da estrada
Sei das almas úmidas das arrumadeiras
Brotando desesperadamente ao redor das porteiras.

A ondulação brônzea da névoa lança a mim
Rostos retorcidos do fundo da rua
E parte, de uma transeunte com a saia enlameada,
Um sorriso incerto que no ar paira
E desaparece ao nível dos telhados.
(Maurício Borba Filho)

Manhã na janela

Talheres de café da manhã tilintam nas cozinhas dos porões,
E, ao longo das guias já desgastadas da rua,
Atento às almas úmidas das criadas
Surgindo melancólicas nos portões.

Ondas marrons de neblina lançam-me
Rostos distorcidos da sarjeta,
E, à parte de alguém que passa com saias sujas,
Um sorriso a esmo que paira no ar,
E desaparece ao longo do nível dos telhados.
(Leandro Seribelli)

Manhã na Janela

Bandejas de café chacoalham em porões de cozinhas.
E ao longo das bordas pisoteadas da rua
Tenho consciência das almas úmidas das empregadas
Brotando melancolicamente no espaço dos portões.

As ondas pardas da neblina lançam sobre mim
Rostos deformados que vêm do abismo da rua,
E arrancam de um pedestre em vestes imundas
Um sorriso incerto que paira no ar
E desaparece ao longo do topo dos prédios.
(Estermann Meyer)

DE MANHÃ NA JANELA.

Agitam o café-da-manhã nas cozinhas
E ao longo das escadas suburbanas
Eu temo a alma úmida das criadas
Desesperadamente irrompendo dos portões.

A onda marrom da névoa me joga
Faces deturpadas do fundo das ruas,
E rasga de um passante todo sujo
Um sorriso qualquer que voa no ar
E se dissipa ao nível dos telhados.
(Matheus "Mavericco") 

Manhã à janela

Retinem a louça do desjejum em cozinhas do subsolo,
E ao longo do meio-fio gasto da rua
Sinto as almas entorpecidas das criadas
Despontando exânimes nos portões de entrada.

As ondas pardas da neblina me lançam
Faces retorcidas do rés-do-chão
E a uma passante de saia enlameada
Arrancam um sorriso a esmo que flutua
E desaparece na linha dos telhados.
(Denise Bottmann)